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terça-feira, 18 de maio de 2010

In Casulo


Fui larva feia, repugnante, ignorante e ignorada, ninguém me olhava, e quando olhava fingiam não ver.

Cansada de tamanha rejeição me fechei em um casulo, ali dentro eu me sentia "bem" e segura, porém solitária. Ali eu ria e chorava sozinha, e cada lagrima derramada, cada dor sentida eu me transformava, eu era lápidada.

Certo dia o meu "mundo particular" se tornou muito pequeno para mim. Teria eu crescido, ou teria ele diminuido? Não sei! Mas algo em minhas entranhas me impelia para fora, e sem que eu percebesse, uma força descomunal se apoderou de mim e com um simples movimento abri uma porta e por ela passei...

Esse foi o meu primeiro contato com o "mundo novo", a luz do sol me cegava, um cheiro forte penetrava em minhas narinas, o barulho era tão grande e forte que minha cabeça doía.Fiquei desesperada, tentei voltar para minha "casa" mas ela estava toda destruida. Onde esta o meu "mundo particular", o que fizeram com o meu casulo?

Eu sentia que estava enlouquecendo, começei a chorar, me assentei em uma árvore e ali fiquei até me tranquilizar. Quando já estava mais calma, começei a observar, e fiquei extasiada com a extensão e diversidade desse "novo mundo", havia tantas cores, uma me fascianava mais que a outra, havia também vários seres, um mais estranho que o outro. O barulho era constante e intenso, mas agora fazia algum sentido, que eu não sabia qual. Fiquei ali obseravando por um longo tempo.

Senti algo leve e suave tocar-me, como se convidasse a dançar, eu me movi, estiquei o meu corpo, e mais uma vez algo fresco soprou em mim e quando dei por mim, estava bailando em pleno ar. Essa foi a melhor sensação que experimentei em toda minha vida, eu me senti plena e livre, senti que eu pertencia a esse "novo mundo" também, eu era parte disso!



Descobri que era uma questão de tempo para eu me habituar a essa nova realidade!

Estava livre e feliz, sentia uma vontade imensa de gritar, mas não conseguia emitir nenhum som, tudo o que eu sabia fazer era voar e voar...

Hoje estou "acostumada" a esse "novo mundo", ainda me assusto e me surpriendo muito, aprendo e descubro coisas novas todos os dias.

Hoje sei o que sou... Sei que sou borboleta! Mas antes disso eu fui larva, fui medo, fui dor, fui solidão. Ainda sinto medo, sinto dor e as vezes me sinto só, mas hoje eu sei voar, e quanto mais eu vôo mais forte minhas asas ficam, e quando chego em um lugar, vejo que existe vários outros lugares além e além...

E eu continuo voando, e voando...



POR: LRBUENO.

Um comentário:

  1. Pronto...agora seguirei os passos das tuas palavras...estarei aqui diariamente...Bjs

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